Textual

MEU COLÉGIO, MINHA SAUDADE

 


Como faço todas as manhãs, após acordar e fazer minhas orações de agradecimento, desço para a litorânea e vou dar minha caminhada de quatro quilômetros, aproveitando assim o sol da manhã. Após isso, tomo meu café, depois venho ao escritório e diante do computador inicio alguns textos e poesias.

Geralmente não tenho pauta definida, o que vem à cabeça, escrevo, em crônica ou em poesias. Hoje, expresso-me em uma crônica, devido a um sonho que tive a respeito de uma casa na Rua do Passeio, onde funcionou o meu amado colégio Dom Bosco, colégio testemunha de muitos fatos, onde criei boas amizades, onde passava meus dias úteis, sempre à tarde, naquela casa mágica. A princípio, era uma turma pequena, num prédio acanhado que, pela iniciativa dos diretores, foi crescendo, criando status de uma grande escola.

No Dom Bosco, como afirmei, criei e cultivei várias amizades com pessoas fantásticas, algumas se perderam pelo tempo, outras ainda continuam presentes em nosso relacionamento, e, assim, através dessas amizades, criamos um grupo de amigos do Colégio Dom Bosco, turma que se formou em 1979, a primeira turma a se formar naquele colégio no cientifico.

Através da iniciativa dos diretores Dr. Luis Pinho e a Dra. Maria Izabel, o colégio, mesmo acanhado, foi tomando forma de grande instituição, já participava dos JEM’S - jogos escolares maranhenses, tinha uma pequena banda para desfile no feriado da raça, participávamos das feiras de ciências e outras atividades que movimentavam aquele ambiente de descobertas.

Éramos jovens. Hoje paro para recordar os dias que convivemos, as amizades as paqueras, o primeiro amor, o segundo...  As disputas não maldosas, os belos, as belas, numa época em que adorávamos ver as meninas com suas saias acima dos joelhos, as meias brancas enroladas para mostrar o tornozelo.

Convivíamos muito, nas mesas para estudos, nos cinemas, nas tertúlias (risos), se eu falasse isso para meus netos ou até para meus filhos todos iam perguntar o que seria tertúlia. Essa amizade permanece muito forte até hoje. Nós a conservamos, e fizemos até um grupo para Whatsapp. Eram dias maravilhosos, tensos em épocas de provas, tardes de aula, boas e nem tanto.

Época ingênua, onde nos divertíamos em festas caseiras tomávamos no máximo uma caipirinha, ou ponche, época de grandes músicas de bandas (conjuntos) como os The Beatles, cantores como Elvis Presley. Realmente passamos uma época de ouro naquele prédio na Rua do Passeio.

No final da tarde a tristeza se abatia, pois íamos embora e somente à tarde do dia seguinte iríamos nos ver.

Funcionários, professores, pessoal da secretaria, todos extraordinários. Uma saudade inexplicável se apodera da gente, uma saudade que dói ver aquele prédio, aquela entrada, a escada, o parque ao lado, tudo ainda muito vivo vem à lembrança.

De todos os amigos da época, uma em especial não está mais entre nós, partiu e nos deixou na solidão da partida. Lembranças tenho muitas, situações também, a cada passo dado naquele colégio na época nós comemorávamos, como a instalação do laboratório. Lembro-me de que, ao lado da professora de química e do Dr. Luís, desenrolamos cada peça e arrumamos.

Falar do Colégio Dom Bosco para mim é prazeroso. Não deste agora, um Dom Bosco maior, supermoderno, onde estudam meus netos, mas aquele colégio em um prédio arranjado, às vezes apertado, que foi crescendo, que foi se arrumando, uma escola à qual devo muito, uma escola que traz muita saudade, onde me criei aprendi, brinquei, joguei. Fiz tudo que um adolescente na época poderia fazer. Ontem, éramos os meninos e meninas, hoje, somos os senhores e senhoras, todos já avós. O tempo passou, tentou nos separar, porém hoje somos os verdadeiros cravos e as verdadeiras rosas que um dia embelezou um Jardim chamado Colégio Dom Bosco.

 

Roberto Franklin escreve aos sábados para o Textual.

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