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Mostrando postagens de julho, 2020

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QUE OS MORTOS NÃO ME OUÇAM   O filme Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society) , do diretor Peter Weir, lançado no ano de 1989, transformou-se rapidamente num clássico do cinema. Há várias razões para isso, dentre elas o excelente roteiro, uma leva de jovens atores, a direção certeira de Weir e a presença do ator Robin Williams no papel do professor John Keating, em uma de suas melhores atuações na tela grande. Ambientado em 1959, na Welton Academy, o drama é inspirado na história do professor Samuel Pickering e nas bases de sua prática pedagógica inovadora. Contratado para lecionar a disciplina de Literatura, Mr. Keating mostra ao que veio logo em seu primeiro contato com a turma. Nele apresenta sua figura emblemática e um método de ensino incomum. E, pasmem, faz isso dentro da estrutura de uma escola tradicional, em que estudam filhos de famílias abastadas e cujo corpo docente é formado, em sua quase totalidade, por educadores à moda antiga, habituados aos esquemas did

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DEIXEM OS MORCEGOS EM PAZ!   Quando se suspeita que o vírus Covid 19 foi criado pelo homem, e que os morcegos nada têm a ver com essa Pandemia os entendidos falam: “Lá vem de novo a Teoria Conspiratória!” Isso significa dizer que o ser humano jamais assume culpa de nada, e toda vez que se quer dar nome aos bois para uma tragédia, a couraça do boi não cabe no homem, mas em outro animal, seja ele, morcego, gafanhoto, salmão etc. Enfim outro pobre animal tem que servir de bode expiatório para as calamidades humanas, como aconteceu durante as pestes, com gatos e corujas. Relatos de matanças e mortandades em massa de morcegos, da Austrália à Indonésia, depois do Covid 19, alarmaram os conservacionistas em todo o mundo. Seus matadores sequer se deram ao trabalho de conhecer melhor esses animais e, tampouco, de saberem os benefícios que trazem a todos nós. Aos leitores, o Morcego: Os  morcegos  pertencem à ordem  Chiroptera  da classe dos mamíferos.   São animais cujas mãos sofrer

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AS LENTES MÁGICAS                É bom que os desinformados saibam: mulheres podem ser amigas dedicadas, dispostas a tudo umas pelas outras, mas fraquejam na hora em que entra em cena o elemento masculino . É o caso da amiga bonitona que , no seu tempo de solteira , não convidava para acompanhante de festas , ou para qualquer outro evento com presença masculina interessante, mulher alguma que lhe fizesse sombra . Fora isso , era uma amiga de fé. Os homens não estão isentos desses pecadilhos, apenas as suas fraquezas são outras: a mulher do próximo, mesmo com toda a lealdade ao amigo, facilitou, não será poupada. Afinal, a carne é fraca.     Homens e mulheres, mentimos sobre bens, sobre conquistas, performances sexuais e bravatas. Mentiras azuis, nada que prejudique ninguém. Uma megalomania inocente.   A lista dos defeitos veniais é longa.   Sobre defeitos, há anos, li um conto do qual não lembro o nome nem o autor – perdoem-me a má memória –mas a

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O ANIVERSÁRIO DO PAPAI   - Esta foto aqui é da minha primeira menina. Ela nasceu meio doentinha, a gente teve que levar ela pra capital, passou três dias na enfermaria daquele hospital, a coitadinha. - Hum... - Mas depois ficou boa. Voltei com ela pra casa, me ajudava muito na venda, comprava pão de manhã na bicicleta com uma caixa de ovo, daquelas bem grandonas. - ... - Tem outras fotos dos outros filhos, mas eu não sei onde foi que eu botei. Perdi elas de vista no dia que meu filho me deixou aqui. Esses caras devem ter dado fim nelas. - Devem... - Depois que a mulher morreu, naquele ano, tudo ficou de cabeça pra baixo. A outra que botei em casa era uma preguiçosa, só ficava vendo TV. As empregadas que ela arrumava levaram tudo de casa. Só ficou pouca coisa, mas as fotos eu não sei onde tão, não. - Depois acha. - Sabe que dia é hoje? - Não. - 20 de janeiro. Dia que eu nasci. Nunca tive festa de aniversário. Nunca deixei a mulher fazer e, depois que ela morreu,

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“LIVES”, “LIVES”, “LIVES”...   Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, mudam-se os costumes... “Nada do que foi será, de novo do jeito que já foi um dia. Tudo passa, tudo sempre passará”... Os tempos passaram de modo célere nos últimos meses. Deitamo-nos em um momento histórico e despertamos em outro que se assemelha a um filme de ficção científica, no qual todos usam máscaras, os abraços e apertos de mãos tornaram-se fonte constante de perigo e de ameaça à saúde da população... Ainda não sabemos as consequências disso, mas não há dúvida de que os refluxos virão... Enquanto eles não chegam, vamos, hora a hora, aprendendo a conviver com as novas (a)normalidades que começam a fazer parte de nossa vida. Uma dessas novidades é a presença das transmissões ao vivo pela internet, as famosas “lives”. Interessante notar como as percepções se alteram de acordo com as necessidades e com as conveniências prementes: um dia, a grande rede de computadores é acusada de separar as pessoas e

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SALGADO MARANHÃO E A CICATRIZ DA POESIA DO SÉCULO XXI   “Vestígios de pólvora nas palavras. E quando há voz, é a cicatriz que canta”.                      Salgado Maranhão Salgado Maranhão é filho de Caxias (MA), mas vive no Rio de Janeiro desde o ano de 1973. Fora publicado pela primeira vez na antologia Ebulição da Escrivatura (Civilização Brasileira, 1978). É autor de Aboio — ou saga do nordestino em busca da terra prometida (1984), O beijo da fera (1996) e Solo de gaveta (2005). Ganhou o prêmio Jabuti (com Mural de ventos, em 1999) e o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras (2011, com A cor da palavra). Lançou, em 2017, pela Editora 7 Letras, o livro A Sagração dos Lobos que reafirma a inventividade, a força da sua voz e a alta capacidade de preparar os sabores da linguagem. Seus poemas foram traduzidos para o inglês, italiano, francês, alemão, sueco, hebraico e o japonês. Como compositor, tem gravações e parcerias com grandes nomes da MPB, como Alcione, Ne

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SANTO AMARO, UM PARAÍSO   No dia 22 de julho, após vários meses de reclusão, não suportei mais a saudade de estar em Barreirinhas, de parar e deitar em uma rede à sombra de um pequizeiro, de rever amigos, de sentar ao redor de uma mesa e jogar conversa fora e botei o pé na estrada, com minha esposa Lu. Antes de chegarmos, passamos um dia em Santo Amaro, um verdadeiro paraíso, um local que, sem dúvidas, se estivesse localizado em outro estado do Nordeste brasileiro, seria um verdadeiro chamariz para turistas do mundo inteiro. Porém, como está localizada no Maranhão, estado onde tudo fica impossível de se fazer, continua ainda um pouco, digamos... bem, leitor(a), use sua imaginação e coloque as palavras certas.  Chegando à cidade, nos dirigimos à pousada, que, diga-se de passagem, é cinco estrelas para a cidade. Dentre muitas atrações como dunas, culinária maravilhosa, escolhemos primeiramente um passeio pelas dunas, devidamente instruídos para que não levássemos bebidas alcoólicas