Textual
- Tou te dizendo, ela é a mulher mais perfeita
que eu já conheci, cara.
- Não acredito, não existe mulher perfeita.
- Essa é. Não tem defeito. Já procurei. Já
tentei fazer ela ficar com raiva de mim, já dei em cima de amiga dela, já viajei
sem avisar, furei compromisso. Nada. Ela, nada de sair do controle.
- E coisa de casa?
- Sabe fazer tudo: lava, passa, cozinha
perfeito. E ainda trabalha fora e ganha mais que eu.
- E na hora ‘h’?
- É um vulcão. Faz tudo o que eu peço e não faz
nem carinha de nojo.
- Bonita?
- Linda, linda!!
- Não pode ser.
- Mas é. Vou te apresentar.
- É porque tá no começo.
- Nada, cinco anos já. Já dava pra saber quem é
ela, não acha?
- Cinco anos, sim, já dá.
- Pois é isso.
- Mas será que ela não vai mudar depois de te
amarrar?
- Não. A mãe dela é do mesmo jeito, o sogrão
contou. E uma irmã também, o marido me diz todo dia: “Casa logo, cara. Tu tirou
a sorte grande.”
- É isso aí, então. Vai fundo.
- Vou mesmo, mês que vem, noivo de aliança e
tudo. Já marcamos a cerimônia.
- E como é o nome dela? Adriana, que tu disse?
- Não, Ângela. Ângela Marchusci.
Aí ele lembrou de uma loirinha magrinha que ele
amassou no colegial, meio cândida, meio ingênua, meio delicadinha demais.
Ângela Marchusci, era esse mesmo o nome dela, ele nunca esqueceria. Aí ele se
arrependeu muito de não ter agora a Ângela-mulher-perfeita-Marchusci, com quem
Alexandre iria casar e que faria dele (Alexandre) o homem mais feliz do mundo.
Marcos Fábio Belo Matos escreve às terças-feiras para o Textual.
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