O ROSTO INVISÍVEL DO TRABALHO INFANTIL
A triste rotina do trabalho infantil no Maranhão
No
Maranhão, havia, em 2019, 85.746 crianças e adolescentes de 5 a 17 anos de
idade em situação de trabalho infantil. Considerando que a população estimada
nessa faixa etária no estado era de 1.694.668 no mesmo ano, o universo de
crianças e adolescentes trabalhadores equivalia a 5,1% do total, percentual
acima da média nacional, que era de 4,8%.
As
crianças e adolescentes trabalhadores no Maranhão dedicaram 16,8 horas de seu
tempo a atividades laborais em 2019. Em relação ao trabalho infantil no estado,
aqueles de 5 a 17 anos exerciam alguma das piores formas de trabalho infantil,
nos termos da Lista TIP, percentual equivalente a 31.401 crianças e
adolescentes. Por sua vez, do total de adolescentes de 14 a 17 anos ocupados,
98,6% (59.349) estavam na informalidade.
Do
total de crianças e adolescentes trabalhadores, 19,7% eram não negros (16.854)
e 80,3% negros, ao passo que 53,7% dos ocupados residiam em zonas rurais
(46.037) e 46,3% (39.709) em áreas urbanas.
No
exercício do trabalho, as crianças e adolescentes maranhenses eram,
majoritariamente, “trabalhadores elementares da agricultura”, ocupação que
abrigava 5,2% (4.481) dos trabalhadores; “balconistas e vendedores de lojas”
(3.002 ou 3,5%); e “lavadores de veículos” (2.932 ou 3,4%).
As
principais atividades exercidas eram “comércio de produtos alimentícios,
bebidas e fumo”, seguidas por “manutenção e reparação de veículos automotores”
e “serviços domésticos”.
Fonte:
Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil.
Subnotificação
Embora
os números já denunciem uma situação alarmante, o Fórum Estadual alerta para a
subnotificação, uma vez que algumas formas de trabalho infantil, como o
doméstico, são de difícil identificação.
O
Fórum afirma realizar campanhas de sensibilização, prevenção e erradicação do
trabalho infantil em períodos estratégicos — como Carnaval, festejos juninos,
Dia das Crianças e Finados — e nas datas de combate, como 18 de maio (Dia
Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Contra Crianças e
Adolescentes) e 12 de junho (Dia Mundial de Combate ao Trabalho Infantil).
Fonte:
Criança Livre de Trabalho Infantil.
Maranhão
é o 5º do país em exploração do trabalho infantil
O
Maranhão ocupa o 5º lugar do país em exploração do trabalho infantil, segundo
análise realizada pelo Ministério Público do Trabalho no Maranhão (MPT-MA) e
pelo Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção
ao Adolescente no Trabalho (Fepetima), com base na última PNAD Contínua (IBGE),
referente a 2016.
De
acordo com a pesquisa, naquele ano, o estado possuía 147 mil crianças e
adolescentes de 5 a 17 anos em situação de trabalho infantil, o que
representava 8,1% da população maranhense nessa faixa etária.
Segundo
o estudo, o ranking nacional de meninos e meninas vítimas do trabalho
infantojuvenil era liderado pelos estados: Acre (10,6%), Rondônia (10,5%), Pará
(9,3%), Piauí (8,8%) e Maranhão (8,1%).
Fonte:
Ministério Público do Trabalho no Maranhão.
Ministério
do Trabalho e Emprego retira 59 crianças e adolescentes do trabalho infantil em
São Luís (MA).
As
ações foram realizadas no primeiro semestre de 2025 e identificaram situações
graves, como uso de instrumentos perigosos, exposição ao sol e à chuva. Os
casos foram encaminhados à rede de proteção social.
O
Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), por meio da Auditoria Fiscal do
Trabalho (AFT), afastou 59 crianças e adolescentes de situações de trabalho
infantil em São Luís durante o primeiro semestre de 2025. Entre os casos
identificados, estavam 17 crianças com até 11 anos.
As
fiscalizações, conduzidas por auditores-fiscais da Superintendência Regional do
Trabalho e Emprego do Maranhão, ocorreram em atividades como venda de
hortifrutigranjeiros e produtos de açougue em mercados públicos, mendicância e
comércio ambulante em vias públicas e praias da capital. Em uma das situações,
foi identificado um adolescente venezuelano de 14 anos em situação de
mendicância e fora da escola.
Fonte:
Ministério do Trabalho e Emprego (TEM). Publicado em 10/07/2025 às 16h42.
Triste
realidade
Oitenta
e cinco mil crianças estão em situação de trabalho infantil no Maranhão. O
estado é o terceiro do Nordeste em número de crianças nessa condição. Até abril
deste ano, as estatísticas já apontavam 1.067 ocorrências dessa natureza.
Fonte:
O Imparcial, 16 de julho de 2025.
Um
relatório conjunto da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e do Fundo
das Nações Unidas para a Infância (Unicef) aponta que 138 milhões de crianças
estavam em situação de trabalho infantil em 2024, sendo 54 milhões em ocupações
consideradas perigosas. Em 2015, o mundo havia se comprometido a erradicar o
trabalho infantil até 2025. O Dia Mundial e Nacional de Combate ao Trabalho
Infantil é celebrado em 12 de junho.
Fonte:
Repórter Brasil. Leonardo Sakamoto, 12/06/2025.
É
inconcebível que, em pleno século XXI, a sociedade tenha que conviver com uma
situação como essa. Também é lamentável constatar que o Maranhão ocupe a 5ª
posição do país em exploração do trabalho infantil. Triste realidade é
verificar que o estado sempre ocupa as piores posições nos rankings dos
indicadores sociais de desenvolvimento do país.
Entidades
como a OAB, o Ministério Público Estadual, o Ministério do Trabalho e Emprego,
entre outras, têm contribuído com ações para combater o trabalho infantil em
nosso estado. A sociedade civil e diversas organizações também têm se
mobilizado contra essa prática.
Gilmar Pereira Santos é advogado e escritor de livros infantis


ADV, poeta, escritor e romancista, Dr Gilmar, baixadeiro uma voz atuante em defesa da baixada
ResponderExcluirMais um trabalho incrível e impactante. Parabéns! 👏🏻👏🏻👏🏻
ResponderExcluirParabéns Dr Gilmar ! 🤜🏻🤛🏻
ResponderExcluirDr. Gilmar, tema relevantíssimo que deve ser tratado com seriedade pela sociedade e pelos representantes do nosso Estado.
ResponderExcluirDr Gilmar Pereira, seu artigo aborda uma das situações mais serus e preocupantes do Brasil e do Maranhão, o futuro das crianças e adolescentes, envolvido em tramas de arrependia de respostas perfumista e contraproducentes, sem qualquer retorno positivo e efetivo como política pública que envolva nosssa infância e adolescência mais vulneráveis.
ResponderExcluirUm problema que todos deveriam se comprometer em erradicar, pois afeta o presente e o futuro de toda a sociedade.
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