Mural
MANHÃ DIA 13
não derrubei louça ou
qualquer vidro
quando vi um enorme elefante cinza
sentado na mesa de centro
atravessei a sala como de costume, pisando em ovos
e por falar em coisas quebradiças, sei que
fevereiro hoje se diz com a boca esvaziada de glitter
embora sem data você escolha as mais caricatas máscaras
pra apontar bichos pesados pulando janela adentro, fazendo samba
e alguns bichinhos peçonhentos quando eu pensava a casa já limpa
aprendendo malabarismos, desvio de toda sorte de tensão,
essas coisas que pairam nos espaços em que não caibo
já que o elefante, bem quietinho, só me olha de soslaio
Carina Carvalho nasceu em 1989, em São Paulo. É autora do livro de poemas Marambaia (Editora Patuá, 2013), da plaquete Passiflora (edição da autora, 2017) e do livro Corpo clareira (Editora Feminas, 2019), recém-lançado. Tem textos publicados em algumas revistas digitais e impressas. Em <clcarina.wordpress.com> é possível acompanhar um pouco desses caminhos.

Uma poeta muito interessante. Verbo de quem sabe escrever.
ResponderExcluir