Textual

 MÃE E FILHOS

 

 

Enquanto muitos desprezam aquelas que um dia foram somente amor, outros, por várias justificativas, internam em um asilo, mesmo sabendo da luta do passado, seus entes próximos. Li, e também assisti a uma reportagem na qual aparece um jordaniano a escalar as paredes de um hospital para, do peitoril de uma janela, ficar próximo de sua mãe, que estava internada na UTI de um hospital, em seus últimos dias, acometida pela covid-19.

Vi naquela cena o verdadeiro reconhecimento de um filho para com sua mãe, vi naquela fotografia o retrato de um amor, o agradecimento. Quantas mães perderam noites e noites ao lado de seus filhos que, quando pequenos, eram acometidos de uma febre, gripe, ou até de uma doença como sarampo, catapora.

Vi naquela foto um filho que, graças a Deus, ainda não tinha cortado seu cordão umbilical, mesmo que fosse um cordão imaginário. Vi naquela foto um verdadeiro amor. 

Temos notícias todos os dias de outros que, à mercê de um trabalho de estudos ou de outra justificativa injustificável, internam em asilos, sem a menor das condições, seus pais, ou até mesmo contratam cuidadores sem capacidade ou preparo para cuidar dos seus. Muitas das vezes vemos esses próprios cuidadores em sessão de espancamento ou maus tratos para com os idosos. Triste final de vida, para quem com muito amor cuidou de seus filhos, os quais, quando necessitam de um retorno, recebem o que nunca deram.

O jordaniano referido na reportagem mostra o amor que todos nós deveríamos ter e retribuir; mostra desprendimento, quando coloca sua vida em perigo somente para ver e ficar perto de sua amada mãe, nos dá uma lição de agradecimento. 

Gostaria muito que, ainda aqui na terra nosso Pai lhe retribuísse, desse a ele o verdadeiro prêmio.

O verdadeiro amor deve ser eterno, infinito. Nunca deveríamos deixar de lado os que necessitam de apoio, atenção, carinho ou até de uma palavra, mesmo que seja pelo celular. Emociono-me quando vejo atitudes assim, e fico indignado quando vejo o contrário. Deveríamos sempre ter em nossas mentes que fomos concebidos de um corpo que hoje pode estar frágil, mas que de lá nascemos. Deveríamos agradecer aos nove meses que ali estivemos, guardados, nos alimentando dos nutrientes maternos, e que, após nosso nascimento, fomos carregados, amamentados por nossa amada e querida mãe.

Nunca esqueçamos disto, nunca esqueçamos que a nossa mãe, única e amada, que nos deu a vida, será sempre casa de amor. Hoje sinto falta da minha. Às vezes gostaria muito de sentir seu colo e ser novamente consolado, de ser cuidado nas minhas enfermidades, gostaria muito de ser guardado em noites frias e longas.  

Gostaria muito de hoje pedir sua bênção, para que meus dias sejam animadores. Gostaria muito de ser protegido pelas bênçãos de uma mulher que me guardou e que me deu somente amor. 

 

Roberto Franklin escreve aos sábados para o Textual.

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