QUANDO O SAMBA ESCORRE DO TEMPO

                                                           por Bioque Mesito


 

No coração pulsante do Centro Histórico de São Luís, o Teatro João do Vale se prepara para ser mais uma vez o palco de uma noite memorável. Hoje, dia 17 de abril, Tutuca Viana desembarca com seu novo trabalho O Samba Não Tem Hora, uma ode ritmada ao tempo espiralado das esquinas boêmias. O show, gratuito e marcado para as 20h, promete que será uma celebração do encontro entre batuque e poesia, entre resistência e memória. Ao lado de Léo Viana, Marconi Rezende e Nivaldo Santos, o anfitrião fará do palco uma roda de amigos, de onde a música brota como conversa antiga.

A escolha do repertório, segundo o próprio artista, foi um processo quase litúrgico, daqueles que se fazem com calma, como quem mexe café no coador de pano. Durante o silêncio pandêmico, Tutuca se debruçou sobre as próprias criações, como quem visita um velho baú de cartas esquecidas. A música, companheira incansável, transformou-se em chão firme e abrigo, e talvez seja justamente essa experiência de consolo e reencontro que transborde em cada arranjo do novo álbum. São sete composições que dançam entre o lirismo e o balanço, com a elegância de quem conhece os caminhos do samba sem pressa.

Com mais de três décadas dedicadas à arte, Tutuca é um alquimista de sons e ideias. Seu nome ecoa não apenas nos festivais que criou e sustentou com esmero, como o Lençóis Jazz & Blues, mas também na construção de uma identidade musical maranhense que dialoga com o mundo. No show de lançamento, o público verá um contador de histórias que canta com o corpo inteiro, de olho no tempo e nos afetos que o samba, esse eterno companheiro, não cansa de embalar.

 

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