QUATRO 70
o charme da memória
em estado de festa
por Bioque Mesito
O espetáculo QUATRO 70 transcende a mera apresentação artística e se projeta como um produto cultural de alto valor simbólico e afetivo. A reunião de Joãozinho Ribeiro, Chico Saldanha, Josias Sobrinho e Sérgio Habibe em um mesmo palco não é apenas um reencontro musical, é a materialização de um patrimônio vivo da música popular brasileira com sotaque maranhense. O evento torna-se um ativo de marca potente, que agrega valor à cultura local e à identidade da cidade de São Luís, posicionando-se como um símbolo de memória, resistência criativa e estratégia de engajamento intergeracional.
QUATRO 70 é um verdadeiro manifesto poético-musical
que une quatro figuras fundamentais da canção maranhense. O título, que faz
alusão à faixa etária dos artistas, já carrega uma elegância comunicativa, uma
espécie de selo de maturidade criativa. Reunidos no palco do Teatro João do
Vale, em pleno coração do Centro Histórico, os quatro transformam o encontro em
um espetáculo de memória afetiva, com linguagem própria, repertório envolto em
mistério e uma aura de reverência que só o tempo pode oferecer.
A escolha da data, 23 de abril, não passa despercebida: Dia Mundial
do Livro, Dia de São Jorge e também Dia Nacional do Choro. Essa coincidência
simbólica transforma a apresentação em um mosaico cultural de significados, que
ressoa tanto com o público fiel quanto com as novas gerações. O charme do
evento está também nos detalhes, da entrada franca à arquitetura emblemática do
teatro, criando um ambiente onde a cultura é valorizada sem ostentação, e o
acesso à arte se torna parte de um ritual democrático e acolhedor.
Há uma beleza pitoresca em ver esses artistas, tão diferentes em
timbre e trajetória, cantando juntos e trocando solos como velhos amigos ao
redor de uma fogueira. Cada um traz à cena a essência de sua história: Chico e
sua força regional, Joãozinho e sua poesia urbana, Josias com seus contos em
forma de música, Habibe com sua delicadeza rasgada de emoção. O show que
acontecerá hoje, 23 de abril, às 20h, no Teatro do Vale, não apenas revisita
clássicos, mas renova a crença de que a arte do encontro, quando genuína, tem o
poder de emocionar, revigorar e seguir encantando, como quem abre uma janela e
deixa o vento da memória soprar por entre as cortinas da cidade.
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