SOBRE FRUTO FARPADO, DE KYSSIAN CASTRO Comentar ou fazer a apresentação de uma obra de arte requer para o sucesso pleno dessa tarefa que algumas peculiaridades intrínsecas a essa obra sejam apontadas o que nem sempre é possível dada a abrangência e a intensidade de tudo o que se publicou e se publica. Como seria bom poder dizer diante de uma obra que “Sim, há algo de novo, jamais dantes visto sob o sol!” Sobre essa dificuldade Gilberto Mendonça Teles em Retórica do Silêncio esclarece a distinção entre a crítica e o prefácio: (...) Produzido a partir da obra prefaciada, o texto do prefácio não parece, à primeira vista, diferenciar-se do texto de crítica literária: ambos são formas de metalinguagem, fazendo da obra literária ou não a sua linguagem-objeto. Existem, no entanto, diferenças relevantes entre as duas formas. E o próprio lugar do prefácio tem muito a ver com isso: rigorosamente falando ele não é feito para ser publicado fora do livro, como se dá com o texto crítico:...
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Mostrando postagens de julho, 2025
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CÉSAR WILLIAM uma cartada poética César William , com uma pena afiada e o coração no compasso da palavra, chega à cena poética como quem lança cartas sobre a mesa, firmes, líricas, ora reflexivas, ora inquietas. Carta (à) Margem , seu segundo livro de poemas, é uma travessia de vozes e tempos, um espelho de suas estações poéticas, reunindo desde O Errante (1988), sua estreia precoce e impactante, até versos lapidados em diversas fases da sua militância literária. Desde jovem, foi apontado como promessa, e não decepcionou. Carlos Cunha viu ali, em seus primeiros versos, uma originalidade rara. Assis Brasil destacou a liberdade formal e o lirismo afiado. Já Salgado Maranhão, no prefácio de Carta (à) Margem , confirma o que os leitores atentos já sabem: César William mantém, em cada poema, a emoção intacta, sem jamais abrir mão do rigor estético. Poeta, professor, gestor e agitador cultural, César é dessas figuras que mantêm a chama acesa da literatura maranhense, seja nos palcos de fe...
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HUGO CALDERANO cidadão do mundo, refém da burocracia No mês de julho deste ano, o campeão mundial de tênis de mesa, Hugo Calderano, foi impedido de entrar nos Estados Unidos para disputar um torneio, devido a um problema com o visto. Uma viagem a Cuba em 2023 teria sido o motivo. Calderano também possui cidadania portuguesa, o que normalmente dispensa a necessidade de visto para entrar em solo norte-americano, bastando informar sua entrada por meio do Sistema Eletrônico para Autorização de Viagem (ESTA). No entanto, de acordo com a Lei de Melhoria do Programa de Isenção de Visto e Prevenção de Viagens Terroristas, de 2015, pessoas que visitaram determinados países, como Cuba, não podem utilizar esse sistema e precisam de um visto regular. Hugo afirmou ter tentado, de todas as formas, obter um visto emergencial, mas não teve sucesso. A frustração é compreensível, sobretudo para um atleta do seu nível. Em 20 de abril de 2025, Calderano entrou para a ...
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WALDICK, CAYMMI, E O MUNDO BREGA “Quem se lembra hoje em dia de Waldick Soriano?...” Quem se lembra hoje em dia de Waldick Soriano? E de Dorival Caymmi? (De Caymmi talvez um pouco mais pela morte recente de Nana, também cantora, sua filha). Mas, o que tiveram em comum os dois, além do fato de serem baianos, cantores, e terem morrido quase simultaneamente há 17 anos atrás? Afora isso pouca coisa, além de terem vivido um ambiente musical em que sempre foi predominante uma postura musical que se convencionou chamar de brega. Das melodias que marcaram a minha infância duas vim a saber, anos depois, que eram de Caymmi. A primeira, o samba Maracangalha, ficou indelével em minha memória pelo que continha de apelo ao misterioso, por trás de um refrão sedutor e engraçado. Ora, que lugar estranho se escondia com o nome de Maracangalha? Uma outra canção, triste e lamentosa em seus primeiros versos Ai que saudades eu tenho da Bahia, sucedia um Ai se eu escutasse o...
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FORMOSO um lago fenomenal Trata-se de um lago de beleza extraordinária, totalmente circundado por mata densa. No inverno é inundado em até mais de 2 km de suas bordas, com uma grande variedade de fauna e flora, que vem sendo devastada sistematicamente, principalmente no verão, quando os aterrados queimam durante meses consecutivos, destruindo grande parte das espécies animais e vegetais. O verão é o período crítico do ano, onde a região sofre irreparável destruição. Os lagos hoje existentes, provavelmente desaparecerão com o tempo. Os lagos secam devido a mudanças climáticas ou à alteração no curso das águas que os alimentam. O geólogo Raimundo Lopes comenta que a evolução para o desaparecimento das cubas lacustres, para a consolidação das terras de campo, é mais rápida nas bacias situadas em nível inferior, ou mais perto do mar, que nas superiores, ou ligadas aos grandes rios. Dessa maneira, os lagos de Viana, Maracaçumé, Cajari, Capivari, Formoso, Lontra, São J...
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SIM, RECORDAR É VIVER “Memória destroçada qualquer lembrança é melhor que nada” Lau Siqueira Hoje peço licença aos meus leitores para mais uma vez escrever este texto em primeira pessoa. Embora já tenha mencionado algumas vezes que gosto muito de escrever em 1ª pessoa, não sei por que, mas tenho a impressão de que com a informalidade, perde-se a confiabilidade. Enfim, hoje discorrerei algumas palavras com essa estrutura ao mesmo tempo que me colocarei nelas. Hoje vivemos outros tempos, outra “vibe” (como dizem os mais jovens), porém uma coisa é certa, mesmo com tantas transformações,...